segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Sistema táctico WM a mãe das tácticas
















Herbert Chapman (1875/1934) é ainda hoje considerado o manager do Século XX, o primeiro Homem a ver associado o seu nome á história do futebol como treinador. Transformou o jogo a partir da concepção táctica que lhe permitiu chegar ao sistema táctico WM.

Foi o primeiro treinador profissional conhecido, era um visionário! Pretendeu números nas camisolas, a introdução de bolas brancas e holofotes nos estádios.

Importa fazer uma breve retrospectiva do futebol e das suas leis até 1925. As primeiras regras escritas datam de 1848 e, á semelhança do râguebi, proibiam o passe para a frente, o que obrigava todos a movimentos de ataque a ser executados através acções individuais. Até 1866 as equipas actuavam com oito avançados em linha, um defesa e um médio.

Em 1866 as regras foram alteradas! Podia passar-se a bola para a frente mas quem a recebia estaria em posição irregular se entre si e a linha de baliza não estivesse, pelo menos três adversários. As varias possibilidades de combinações de ataque obrigou a maiores preocupações defensivas. O simples e anárquico 1X1X8 evoluiu naturalmente para o mais contido 2X2X6.

Em 1888/89 nasce na liga Inglesa o sistema táctico 2X3X5. Preston North Ende vence o primeiro campeonato Inglês, sem derrotas, e, que surgiu com esta inovação que fez lei até á década de 20 do século XX. Recuou um dos avançados para o meio campo, concebendo assim o sistema táctico 2X3X5, a partir do qual Herbert Chapman chegou ao WM.

A 12 de Junho de 1925, sob proposta da federação escocesa, foi aprovada a lei do fora-de-jogo que vigorou até á pouco tempo – penalização ao avançado que no momento do passe não tem entre si e a baliza um mínimo de dois adversários em linha. Esta alteração coincidiu com a contratação de Herbert Chapman pelo Arsenal e dela resultou, para o futebol em geral, maior facelidade de golos – no campeonato inglês de 1924/25(o ultimo antes da nova lei) marcaram-se 1192 golos, em 1925/26 (o 1º da nova era) o numero aumentou para 1703 golos, isto é, marcaram-se mais 500 golos!

Com o WM nasce a figura do stopper- o defesa-central dos dias de hoje, que se transforma em marcador directo do ponta-de-lança(avançado-centro) contrario. Ao mesmo tempo dois dos cinco jogadores da frente (avançados) recuaram no terreno, ocupando funções que passam a ser denominadas por interiores (médios interiores) – fica desenhado aquilo que se convencionou chamar-se quadrado magico no meio campo. Equilíbrio, consistência e harmonia, eis algumas das vantagens da mãe de todas as tácticas! Foi criticada inicialmente por ser considerada muito defensiva, mas, adoptada pela esmagadora maioria das equipas europeias ao fim de dois/três anos, e que assim se manteve praticamente indiscutível até meados da década de 50 do século XX.
O Arsenal com o WM ganhou quatro campeonatos em cinco anos! (entre 1930 e 1935)

O WM chegou mais tarde em Portugal. Pelas mãos de Cândido de Oliveira (que frequentou um curso de treinadores em Inglaterra em 1935) e divulgada no nosso pais este novo sistema táctico, acompanhado por Ribeiro dos Reis e Ricardo Ornelas. Mas é Oscar Tarrio, argentino que foge de França antes do inicio da II Guerra Mundial, juntamente com Scopelli e Tellechea, quem consagra o novo sistema táctico em Portugal, ao serviço do Belenenses, em 1938/39 (é o pioneiro das marcações individuais e célebres ficaram os seus duelos com Peyroteo. (nessa época o Sporting dominava o futebol Português)

O WM, de resto, parece ter sido criado a pensar na equipa dos cinco violinos!
Recordemos aquela que foi a mais famosa de todas:
Azevedo; Álvaro Cardoso e Manuel Marques; Canário, Barrosa e Veríssimo; Jesus Correia, Vasques, Peyroteo, Travaços e Albano.

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